quarta-feira, 10 de junho de 2015

África no período do tráfico negreiro




Negros no fundo do porão de navio (1835)
Referência
Atualmente temos uma única concepção sobre o continente africano, uma ideia de que esta é uma área muito pobre no ponto de vista socioeconômico, com inúmeros problemas de subnutrição, analfabetismo e baixa expectativa de vida. Uma pesquisa feita em 2008, relata que dos 30 países mais pobres do mundo, 21 são africanos. Mas o continente também possui seu lado atrativo, com uma cultura fascinante, e uma grandiosa diversidade étnica, social e política.
Porque existe toda essa desigualdade vista nos dias atuais na África? A resposta pode ser respondida se retomarmos seu contexto no século XV.
Durante o século XV, os europeus utilizavam o Mar Mediterrâneo para estabelecer um comércio em busca de especiarias com as índias, porém este mercado foi fechado pelos turcos no leste do mar. O caminho encontrado pelos europeus de continuar as negociações nas índias foi traçar uma rota pelo continente africano. Isso gerou competições por terras entre os colonizadores de Portugal, da Espanha, França, Inglaterra, e dos Países Baixos. Todos estes países instituíram portos na costa leste africana para então comerciar os escravos com a América.
A África era constituída por diferentes povos, cada um num local diferente sem as fronteiras demarcadas, eram nômades, estes migravam para outros lugares devido ás necessidade da caça, pesca e de novos solos para a agricultura. A África era composta por reinos, dividida em aldeias, distritos e províncias, os reis africanos tinham um alto poder aquisitivo. Os africanos nomeavam-se por diferentes maneiras, como pelo seu clã, etnia, família, tribo, língua e religião, diferentemente como estamos acostumados onde denominamos "africanos". 
No início da colonização os europeus mantiveram boas relações com os indígenas, sendo “bons amigos”, para negociar os escravos em troca de produtos manufaturados. Estes eram obtidos pelos europeus através de negociações com as tribos vencedoras entre os conflitos internos das tribos africanas, um exemplo disso é o povo hebreu. Poucos sabem essa parte da história, onde os africanos é quem determinavam que seria levado ou não para a América.
Vemos então que os escravos adquiridos pelos europeus vinham de guerras internas, e ainda tinham que suportar viagens infra-humanas em navios negreiros até o Novo Mundo (América). A maioria deles morriam, então eram lançados no mar, e os que chegavam no seu destino estavam extenuados.
A escravidão já acontecia até mesmo na África, onde os africanos perdedores em suas batalhas, antes de serem comercializados na América, eram tidos como escravos em várias funções. 
Antes mesmo dos descobrimentos marítimos europeus já existia o tráfico negreiro na África, os negros eram vendidos para a Ásia e Europa pelo Saara. Há indícios de escravos vendidos até mesmo na China e na Pérsia naquela época. Podemos notar que a escravidão e o comércio de escravos já existia antes da colonização dos europeus.
A partir das conquistas territoriais e novas conquistas marítimas europeias, surge o tráfico negreiro no atlântico, um acontecimento muito relevante para nossa história. Ocorreu entre os séculos XVI e XIX, e ficou mundialmente conhecido como o grande Comércio Triangular de Escravos no Atlântico.
Comércio Triangular
Referência
Os produtos manufaturados europeus eram trocados por escravos na África, que depois eram vendidos na América e adquirido por grandes proprietários de terra, dessa forma foi estabelecido o Comércio Triangular. O comércio acontecia entra Europa, África e América, era um método de comércio muito lucrativo para os Europeus, pois estes trocavam artigos de pouco valor comercial em escravos, vendidos posteriormente na América, desse modo gerando uma enorme renda para seus cofres.
Os compradores, adquiriam os escravos para trabalhar nas lavouras de café, tabaco, cacau, açúcar, algodão, em minas de ouro e prata, campos de arroz, indústrias de construção e também como empregados domésticos.



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Veja também esta vídeo-aula: Tráfico negreiro
  

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